Estudo realizado pelo Sebrae, em sua 10ª edição, sinaliza a dificuldade de acesso ao crédito junto ao sistema financeiro por empresários de pequenos e médios negócios. O levantamento aponta que 39% dos proprietários desse tipo de empreendimento utiliza o cartão de crédito como modalidade de financiamento da empresa. Já, 7% do empresariado usa empréstimos em bancos privados, e 4% em instituições financeiras públicas, mostra a pesquisa intitulada “Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil”. Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, os dados comprovam que os pequenos negócios continuam sofrendo com antiga e crônica dificuldade de acesso a empréstimos junto ao sistema financeiro.
“O volume de burocracia, a exigência de garantias e as altas taxas de juros funcionam como barreira que dificulta a vida das micro e pequenas empresas. Por essas razões, os empreendedores acabam buscando financiamento fora dos bancos e optando pelo cartão de crédito ou a negociação de prazo com os fornecedores. O acesso a crédito no Brasil é ainda um dos grandes entraves que impedem o desenvolvimento econômico e social do país de forma mais vigorosa e sustentável, tanto para as empresas quanto para as famílias.”
O presidente do Sebrae ainda destaca que o alto uso do cartão de crédito pelos empreendedores prova como seria danoso o fim do parcelamento sem juros para esse segmento. “Entendemos que taxar o parcelamento no cartão de crédito pode impedir o funcionamento de empresas e o consumo de famílias. Os pequenos negócios podem ser os mais prejudicados com a taxação, além de ameaçar o poder de compra do brasileiro”, enfatiza.
Após o cartão de crédito, a segunda modalidade de financiamento mais usadas pelos empresários de pequeno porte são pagamento de fornecedores a prazo (20%). Depois vêm cheque especial (7%), dinheiro de amigos e parentes (7%), chegando a empréstimo em bancos privados (7%) e empréstimo em bancos oficiais (4%).
A série histórica da pesquisa (iniciada em 2013) mostra uma queda significativa na modalidade de pagamento de fornecedores a prazo, que já foi a principal fonte de financiamento (67% dos empresários em 2015). Para o presidente do Sebrae, esse comportamento se deve ao enxugamento da maioria das fontes e ao aumento da participação dos microempreendedores individuais (MEI) no universo dos pequenos negócios no país.
Fonte: Agência Sebrae