Planeje sua vida financeira e viva com tranquilidade

Planejamento financeiro, uma iniciativa saudável e que desde criança deveria ser ensinada e colocada em prática. Porém, como diz o ditado: antes tarde do que nunca. Planejar-se financeiramente significa ter suas finanças em ordem, tendo a plena ideia do que você pode gastar e onde deve investir seu salário. E é neste sentido que o CEO da Fortus Group, João Batista Custódio Duarte, e o especialista em Planejamento Financeiro, Francisco Cardoso, trazem, a seguir, questões extremamente relevantes sobre o tema e que são diariamente motivo de perguntas. 

Trabalho há dois anos em uma empresa, tenho salário fixo de acordo com o mercado, no entanto, gasto mais do que ganho. Como faço para me organizar? 

O primeiro passo é identificar todas as suas despesas do mês. Algumas são mais fáceis, como água, luz, telefone, condomínio… e outras mais difíceis como os gastos do dia a dia: alimentação, lazer e roupas. Assim, nesses casos, a minha indicação é pedir nota ou cupom fiscal de tudo e guardar na carteira, para, ao final do mês, listar tudo e classificar por tipo de despesa. Depois desse levantamento, estabeleça as prioridades, ou seja, aquelas despesas mais importantes, aquilo que tem mais valor para você.

Como decidir onde investir meu dinheiro?  

A decisão de investir não é tão simples. Há várias situações que devem ser ponderadas. Primeiramente, é preciso entender qual seu perfil de investidor: conservador, moderado ou agressivo. E, para determinar isto, você preencherá um questionário de risco, chamado Suitability, o qual tanto bancos como corretoras devem enviar para preenchimento. Cada escolha de respostas dará uma pontuação e seu somatório informará seu perfil de investidor. 

Além disso, antes de investir estabeleça seus objetivos de curto, médio e longo prazos, pois cada um terá uma forma diferente de trabalhar os investimentos. Por exemplo, objetivos de curto prazo, menor de um ano, não poderão estar alocados em ativos com exposição em renda variável, como ações, por exemplo. Objetivos de longo prazo, o que significa dizer acima de cinco anos, podem estar mais alocados em renda variável. Logo, conheça bem os ativos financeiros antes de investir, entenda quais são os riscos envolvidos, bem como a liquidez de cada um e se você tem condições psicológicas de assumir risco e capacidade financeira para suportá-los. 

Tenho 28 anos e gostaria de saber qual o melhor momento para iniciar uma reserva financeira? 

Quanto antes começar e quanto mais longo forem seus objetivos, mais cedo poderá ter sua independência financeira. Você, com 28 anos e projeto de aposentadoria aos 65, terá 37 anos para investir. Seus aportes mensais serão bem menores do que uma pessoa com 40 anos e com tempo menor de contribuição. Se contar que poderá estar mais exposto a volatilidades de mercado, pois terá muito tempo para recuperar quedas e ciclos de baixa. Lembrando que você deverá estipular prazos para seus investimentos, além de sempre começar com uma reserva de emergência, equivalente a seis meses de suas despesas mensais. 

Recebi um dinheiro, estou em dúvida se pago as minhas dívidas ou se aplico o valor? 

Tudo depende de como você contratou suas dívidas. Empréstimos pessoais com bancos ou financeiras possuem altas taxa de juros, dificilmente você teria retorno superior aos juros cobrados pelas instituições. Assim, o recomendável é analisar as taxas de juros sobre as dívidas. Se você tem todo o valor para quitar por completo tudo que você deve, é indicado quitá-las. Se tiver somente parte, foque as dívidas com maior juros até quitar todas. Amortizar saldos de passivos auxilia na redução mensal da parcela. Você pode trabalhar com seu fluxo de caixa mensal. 

Pago aluguel de R$ 750,00 e estou pensando em comprar um apartamento de R$ 220.000,00. Continuo no aluguel ou compro o apartamento? 

Pelo ponto de vista financeiro, continuar pagando aluguel é o mais recomendável visto ter aplicações no mercado conservadoras que darão o mesmo ou mais do que o valor pago de aluguel, além de dar a você algo muito importante nos dias atuais, liquidez.

Estou com 24 anos e iniciei um novo trabalho que resultará em uma sobra mensal de R$ 2.000,00, pretendo investir tudo em um plano de previdência privada, qual a opinião de vocês. 

Primeiramente, parabéns por pensar em investir em uma previdência privada. No entanto, nunca recomendamos uma alta concentração em um único tipo de investimento. A previdência privada tem benefícios fiscais, mas para sacar antes de um determinado prazo, existe a incidência de um determinado valor de Imposto de Renda, além de muitas vezes o prazo para resgate não ser imediato.

Que dicas poderia me passar para auxiliar no planejamento das despesas do ano?

  • Faça uma planilha ou anote todas as despesas que ocorreram no ano anterior. Entenda o que aconteceu neste período que a levou a ter estas despesas. 
  • Separe as despesas fixas das variáveis. 
  • Entenda a composição mensal das suas despesas. Ou seja, o que foi fixo e o que foi variável. A partir disso, analise qual dessas duas modalidades absorveu mais da sua receita. 
  • Encontre despesas que ocorreram extraordinariamente, ou seja, que não irão se repetir, e veja como elas foram pagas ou se poderia tê-las evitado. 
  • Veja que há um comportamento padrão nas suas despesas. 
  • Agora, projete este comportamento para o ano atual. E, claro, devido ao fator inflação, poderá haver algum reajuste. 
  • Estabeleça um orçamento para cada tipo de despesa, isto é, exatamente como as empresas fazem. Pois, com esse orçamento você poderá criar metas de consumo, reduzir despesas, e, como consequência, fazer com que sobre dinheiro, possibilitando que você tenha uma reserva financeira para quitar dívidas ou adquirir bens, sem a necessidade de ter que financiar com bancos. Há dois caminhos para começar prever melhor seu futuro: um deles é reduzir despesas e o outro é aumentar receitas sem o crescimento de despesas.

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